quinta-feira, 7 de março de 2024

Especial Eleições: Entrevista Gonçalo Caseiro| LIVRE


Gonçalo Caseiro Pereira, na￾tural de Lisboa, formado em
Interpretação e em Educação
Social Gerontológica, é o can￾didato do LIVRE pelo Círculo
eleitoral de Viana do Castelo e
aceitou responder às questões
do nosso jornal.
Como pretende promover o
desenvolvimento económico e
social no Alto Minho e noutras
regiões do país?
Qualquer que seja o desen￾volvimento julgo que devemos
ter em atenção vários fatores,
principalmente os demográficos,
como o caso do índice de enve￾lhecimento, o fluxo migratório
(os cidadãos que vêm pela pri￾meira vez viver para Portugal e
os portugueses que saem de Por￾tugal e aqueles que regressam)
e o parque habitacional. Todos
estes movimentos têm um enor￾me impacto social e económico
nas regiões e nesse sentido é im￾portante olharmos para eles com
muita atenção, para que consi￾gamos uma melhor resposta a
todos estes fenómenos.
O Alto Minho não é exceção,
e segundo dados do INE, des￾de 1981 que a população do Alto
Minho tem vindo a sofrer um de￾créscimo, com exceção entre 1991
e 2001 que teve um ligeiro au￾mento de 216 habitantes e recen￾temente em 2021 um aumento de
881 habitantes; o índice de enve￾lhecimento nesta região passou
de 29,8 para 251,9 pessoas idosas
(1960 e 2021) para cada 100 jo￾vens e onde a população com 65
ou mais anos representa 28,1%,
estimando-se que em 2050 será
cerca de 40% da população. E to￾dos estes dados fazem parte da
equação a ter em conta para uma
estratégia nacional de manter o
futuro da Segurança Social, do
Serviço Nacional de Saúde (SNS)
e dos serviços públicos, com o
principal objetivo de uma socie￾dade mais justa e igualitária. Ou
seja, será importante a promo￾ção de condições salariais e ha￾bitacionais para fixar os jovens
em Portugal, e concretamente
no Alto Minho; criar mecanismos
que promovam a continuidade
das pessoas com 65 anos ou mais,
na vida ativa -provavelmente
não com as mesmas funções- e
a preparação para uma reforma
também ela ativa e participati￾va economicamente; a promoção
do turismo local; a promoção de
estilos de vida saudável com a
componente rural e ambiental;
o incentivo à industria indústria
transformadora e aos produtores
regionais.
Que políticas específicas pla￾neia implementar para apoiar as
indústrias locais, como o vinho
verde na região do Alto Minho?
Felizmente o Alto Minho tem
Especial Eleições.
“O LIVRE tem como foco as pessoas e nesse sentido a educação, assim como a
saúde, têm um lugar prioritário naquilo que consideramos urgente intervir. “
muita coisa para oferecer e o vi￾nho verde é um importantíssimo
produto local, regional e nacio￾nal. Em primeiro lugar conside￾ro ser fundamental incentivar e
apoiar toda a indústria na tran￾sição energética, fazendo baixar
ainda mais o seu impacto am￾biental, passando a ser uma re￾ferência nacional e internacional
de responsabilidade social. Uma
das 27 medidas que o Livre viu
aprovada no orçamento de es￾tado para 2024 foi o Programa
Nacional de Apoio à Agricultura
de Precisão, em que o objetivo
da medida passa por reduzir o
impacto ambiental resultante da
atividade agrícola, em linha com
os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e do Pacto Ecológico
Europeu, bem como “aumentar
o rendimento dos agricultores,
através da redução dos custos de
produção” e diminuir “a pegada
ecológica da sua atividade” e au￾mentar a produtividade e quali￾dade das culturas.
Qualquer indústria que tenha
como Missão reduzir a sua pe￾gada ecológica, terá de imediato
um enorme impacto social e como
consequência um impacto econó￾mico bastante positivo mas isso
só é possível com sinergias entre
sociedade/comunidade, o estado
e os privados. No caso dos vinhos
verdes houve efetivamente uma
quebra de 8% na sua produção
e nestes casos em particular será
importante uma revisão especi￾fica e pontual da carga fiscal do
ano corrente, assim como a pro￾moção e criação de novos certa￾mes que divulguem e deem a co￾nhecer o produto.
Quais são as suas propostas
para melhorar as infraestruturas
no Alto Minho, como estradas e
transportes públicos?
Recentemente o passe rodoviá￾rio, Viana do Castelo – Porto, teve
um aumento de 100%, em que o
município manteve o desconto
de 40% mas o utilizador passou
a pagar o dobro do valor. Como
é natural a reação imediata de
quem depende deste transpor￾te diariamente foi “sendo assim
vou passar a utilizar o automó￾vel particular.” E é aqui que me
parece que está a grande questão
de injustiça social geográfica,
que acaba por trazer consequên￾cias para todos, sobretudo am￾bientais. Se o utilizador chega à
conclusão de que não compensa
utilizar transporte público, cai
por terra todo o trabalho que se
tem feito para minimizar o im￾pacto ambiental e a promoção de
uma mobilidade mais ecológica
e amiga do ambiente. A indig￾nação é compreensível quando a
desigualdade entre concelhos é
enorme, com os utilizadores vi￾zinhos a pagarem um valor do
passe mais baixo em maiores
distâncias. O comboio pode ser
uma alternativa mas com ho￾rários mais alargados. Na linha
daquilo que o LIVRE tem defen￾dido, nomeadamente a medida
aprovada no orçamento de es￾tado de 2024, o “Alargamento
do Passe ferroviário nacional a
Inter-regionais em toda a rede
e ainda a Urbanos e Intercidades
em alguns troços”, pretendemos
que este alargamento consiga
abranger mais transportes e mais
pessoas como o é o exemplo da
criação do Passe de Mobilida￾de Nacional, juntamente com as
diversas Autoridades de Trans￾portes, as Áreas Metropolitanas
e as Comunidades Intermunici￾pais, que abranja o transporte
urbano, suburbano, regional, de
médio curso e flexível nos modos
rodoviário, ferroviário, fluvial e
de mobilidade ativa. Alargar o
âmbito territorial do Passe Fer￾roviário Nacional, aos comboios
Inter-Regionais em toda a rede
ferroviária e aos comboios Urba￾nos e Inter-cidades nalguns tra￾jetos, mantendo o valor mensal
do Passe Ferroviário Nacional,
acompanhar o reforço do serviço
ferroviário e do investimento na
renovação e aquisição de mate￾rial circulante. Rever e atualizar
o Contrato de Serviço Público
com a CP-Comboios de Portugal
E.P.E. (CP) para compensar pela
perda de receita e o aumento do
custo operacional. Pretende-se o
investimento numa rede de alta
velocidade, em articulação com
a existente, que permita aumen￾to de capacidade, frequência e
de velocidade entre as cidades
da península ibérica; apostando
nos comboios noturnos nacio￾nais e internacionais; garantin￾do que o preço de uma viagem de
avião não possa ser inferior ao da
mesma viagem de comboio; ga￾rantindo a articulação dos ser￾viços regionais e urbanos com
outros transportes públicos e com
os modos ativos de deslocação,
prevendo-se o estacionamento
seguro de bicicletas. Articulan￾do com Espanha uma estratégia
ferroviária ibérica. Recuperar os
comboios noturnos em Portugal
e na Península Ibérica, através
da articulação da CP e a IP com
a RENFE, SNCF e outros opera￾dores públicos ou privados in￾teressados na implementação
de comboios nocturnos de longa
distância, com o intuito de inte￾grar Portugal neste tipo de oferta,
providenciando uma alternativa
ecológica e de baixas emissões
comparativamente ao transpor￾te aéreo; promovendo o turismo
sustentável e ligando Portugal
a outros destinos no centro da
Europa. Reduzir a dependência
do transporte automóvel priva￾do e acelerar a redução e a ele￾trificação do parque automóvel
existente, pondo em prática as
medidas prioritárias do Progra￾ma Nacional da Política de Orde￾namento do Território relativas
à avaliação prévia do impacto
da delimitação de grandes zonas
monofuncionais e novas urbani￾zações que sejam muito depen￾dentes do transporte individual;
promover planeamento urbano
de proximidade; integrar todo o
sistema de transportes de modo
a conferir-lhe a flexibilidade as￾segurada pelo automóvel, através
de empresa pública vocacionada
para a promoção das energias re￾nováveis e da gestão de uma rede
nacional de transportes públicos
sustentável; abandonar a venda
de veículos com motor a combus￾tão interna a partir de 2030. Fo￾mentar a mobilidade pedonal, em
bicicleta e noutros modos ativos,
revitalizando os centros urbanos
e apostando na sua habitabi￾lidade e espaço público; elimi￾nando de barreiras tarifárias, de
informação e físicas entre todos
os modos; concretizando a rede
ciclável nacional, regional, inter￾municipal e urbana interligada,
permitindo a deslocação útil nas
atividades diárias para o traba￾lho, família e lazer dentro de e
entre os municípios; alargando
os incentivos financeiros como a
redução do IVA para todos os veí￾culos de modos ativos ou suaves e
a inclusão das despesas com a sua
reparação no IRS; criando condi￾ções e incentivos nas escolas e nas
empresas para que o acesso assim
seja feito; prevendo investimento
para a implementação da Estra￾tégia Nacional para a Mobilidade
Ativa (ENMA 2020-2030).
Como planeia impulsionar o
turismo na região, consideran￾do o potencial do Alto Minho em
termos de património cultural e
natural?
O plano passa pela continuida￾de do trabalho desenvolvido pelo
Turismo de Portugal e a CIM e
que foi reconhecido em 2022 pela
renovação da Carta Europeia de
Turismo Sustentável (CETS) com
a especial atenção para a pre￾servação das áreas protegidas. O
LIVRE concorda com ferramentas
e mecanismos que potencializem
o património cultural e natural,
desde que seja com a especial
atenção ambiental e ecológica e
o CETS é um exemplo disso mes￾mo, em que é possível ter uma
estratégia económica e turística
em paralelo com a preservação
da natureza, transferindo par￾te desses lucros para a própria
gestão ambiental. Acreditamos
que só é possível com um traba￾lho em equipa multidisciplinar,
que salvaguarde os interesses
ambientais. O reforço desses me￾canismos passam por promover
cada vez mais a região juntos de
outros países, começando pela
vizinha Espanha, pela Europa e
depois pelos os outros Continen￾tes. A preocupação ambiental é
cada vez mais importante na es￾colha do destino e nesse sentido
é fundamental o setor do turismo
estar cada vez mais desperto para
esta temática. Se a lógica do setor
do turismo for sempre esta, a de
transferir fundos para a preser￾vação do património cultural e
natural e utilizar isso como ban￾deira ecológica e sustentável, jul￾go que estará no caminho certo e
terá sempre muito sucesso.
Qual é a sua visão para o se￾tor agrícola e pesqueiro no Alto
Minho e como pretende apoiar os
produtores locais?
Como referi na pergunta an￾terior, numa das 27 medidas que
o LIVRE viu aprovada no orça￾mento de estado para 2024 foi
o Programa Nacional de Apoio à
Agricultura de Precisão, em que o
objetivo da medida passa por re￾duzir o impacto ambiental resul￾tante da atividade agrícola, em
linha com os Objetivos de Desen￾volvimento Sustentável e do Pac￾to Ecológico Europeu, bem como
“aumentar o rendimento dos
agricultores, através da redução
dos custos de produção” e dimi￾nuir “a pegada ecológica da sua
atividade” e aumentar a produ￾tividade e qualidade das culturas.
Posso adiantar-vos que no pro￾grama das legislativas 2024 te￾mos várias propostas para o setor
agrícola em que uma delas passa
por reativar todos os laboratórios
do Estado dedicados à investiga￾ção, inovação e desenvolvimen￾to da agricultura e das florestas,
bem como os viveiros e estações
agrícolas, gerando vagas para a
contratação de investigadores,
complementando estas estrutu￾ras com incubadoras e acelera￾doras de empresas cuja atividade
venha a suportar ou adicionar
valor ao resultado de toda esta
atividade, demonstrando opor￾tunidades comerciais, formando
continuamente os produtores e
privilegiando metas como o com￾bate, mitigação e adaptação às
alterações climáticas, a conser￾vação da natureza e da biodiver￾sidade - incluindo o património
genético. Consideramos também
a importância da agricultura fa￾miliar e que ao fortalecer a pe￾quena agricultura local através
do reforço do Estatuto da Agri￾cultura Familiar (EAF). No LIVRE,
sabemos que abordagens inova￾doras como a agroecologia e a
agricultura de precisão e a agri￾cultura biológica, ecologicamente
integradas, podem beneficiar da
biodiversidade, conciliar-se com
esta e, nalguns casos podem até beneficiar de volta a biodiversi￾dade, assegurando a produção de
alimento e sequestrando carbo￾no.
Como abordaria questões re￾lacionadas com a educação e
o emprego no Alto Minho para
promover o desenvolvimento
sustentável?
O LIVRE tem como foco as pes￾soas e nesse sentido a educação,
assim como a saúde, têm um lugar
prioritário naquilo que conside￾ramos urgente intervir. A educa￾ção é simultaneamente o espelho
de uma sociedade e o modelador
das gerações seguintes. Portugal
tem uma sociedade muito desi￾gual e a escola nem sempre tem
sido capaz de lidar adequada￾mente com a desigualdade. É ne￾cessário desbloquear os caminhos
que conduzirão a escola a ser, de
facto, o elevador social que origi￾nará uma sociedade mais igual.
O LIVRE não se revê num sistema
de ensino centrado nos conteúdos
e na ilusão de que uma prova es￾crita é um instrumento objetivo
e infalível de avaliação de estu￾dantes ou de uma escola. O siste￾ma atual estratifica, discrimina,
promove a competição, quando
deveria ser inclusivo e focado em
cada criança e jovem e nos va￾lores humanistas, visando o de￾senvolvimento de pessoas mais
autónomas, responsáveis e livres.
Defendemos uma escola centra￾da em cada criança e jovem, que
possibilita caminhos individuais
para concretizar as aprendiza￾gens essenciais e aproxima cada
estudante do Perfil dos alunos à
saída da escolaridade obrigató￾ria. Defendemos uma maior au￾tonomia de cada escola/agrupa￾mento e de cada docente e uma
extrema revalorização da pro￾fissão de professor - as pessoas
que trabalham na construção de
situações de aprendizagem para
os jovens têm de ser das mais ca￾pazes, das mais bem formadas
em termos humanos, das mais
motivadas para o seu quotidiano
- e de todos os profissionais que
pertencem à comunidade escolar.
Defendemos a gestão democráti￾ca das escolas aos mais diversos
níveis, envolvendo os alunos nas
tomadas de decisão. Vivendo a
democracia, aprende-se a vi￾ver nela e a reconhecer os direi￾tos e deveres de todos e de cada
um. É um modo de responder às
desigualdades e de favorecer a
cooperação e a colaboração. De￾fendemos a interação das escolas
com a comunidade e a sua envol￾vente. Sabemos que a família é
parte integrante e primordial da
comunidade e, como tal, deve ser
também parte ativa da comuni￾dade escolar. Algumas das nos￾sas medidas para esta legislatura
saõ:
1. promover a criação de ver￾dadeiras escolas livres, usufruin￾do da autonomia e flexibilidade
curricular e construindo na escola
pública novos modelos de ensino
centrados em cada aluno;
2. reduzir o número de alunos
por turma e criar condições para
uma nova organização não ba￾seada em turmas mas antes em
comunidades de aprendizagem;
3. diversificar os materiais de
pesquisa de base e retirando ao
manual o papel fundamental
que ainda vai tendo, fomentando
igualmente o uso de ferramentas
digitais para desenvolver a lite￾racia digital;
4. incentivar a utilização de
ferramentas ludopedagógicas
como estratégia de envolvimento
dos alunos na experiência peda￾gógica e como métodos de afe￾rição complementares de ava￾liação contínua, proporcionando
uma abordagem mais holística
da aprendizagem;
5. garantir a todos os alunos
uma formação integral, dirigi￾da e avaliada pelo aluno com o
acompanhamento de colegas e
professores, que promova o co￾nhecimento para lá das discipli￾nas e da divisão entre atividade
intelectual e atividade do ma￾nual;
6. reforçar o número e a diver￾sidade de profissionais da equipa
multidisciplinar de apoio à edu￾cação inclusiva;
7. promover a interação com a
família no âmbito da aprendiza￾gem, promovendo a assunção de
valores e princípios comuns e o
respeito por eles;
8. manter todas as modalida￾des de ensino atuais por forma
a que cada aluno e sua famí￾lia possam optar, de forma livre
e respeitadora das suas opções
pessoais, familiares e/ou étnicas,
por aprender da forma mais ade￾quada ao seu caso individual, no￾meadamente o Ensino à Distân￾cia, o Ensino para a Itinerância,
o Ensino Doméstico e o Ensino
Individual;
9. garantir a possibilidade de
expansão da rede escolar através
da regulamentação e certificação
de escolas alternativas e/ou co￾munitárias;
10. garantir que todos os alu￾nos têm professores em todas as
disciplinas.
Qual é a sua visão sobre a coo￾peração entre os municípios do
Alto Minho e como pretende for￾talecer essa colaboração?
Sublinho a excelente criação
deste associativismo intermuni￾cipal em 2008 mas gostaria de
promover, ainda mais, a coo￾peração dos municípios e que se
deixasse de lado a cor partidária
e que verdadeiramente se focasse
no objetivo comum, o de propor￾cionar uma melhor qualidade de
vida a cada habitante do Alto Mi￾nho. Nas últimas décadas o Alto
Minho tem perdido população e
isso é um sinal claro de que talvez
não estejamos a trabalhar ver￾dadeiramente em conjunto, para
que seja possível um indivíduo
procurar soluções profissionais,
por exemplo, noutro concelho,
sem sair do distrito. Pessoalmen￾te não concordo que a presidên￾cia da CIM seja compatível com a
presidência de uma Câmara Mu￾nicipal e por isso proponho que
esse órgão seja independente. Até
2019 o vencimento médio mensal
no Alto Minho era o mais baixo da
Região Norte mas felizmente esse
indicador tem-se vindo a alterar
mas ainda assim é necessário, até
pelo potencial cultural e ambien￾tal que fui referindo nesta en￾trevista, valorizar cada vez mais
o património do Alto Minho mas
para isso é necessário promover
sinergias praticando cada vez
mais a empatia, a solidariedade,
a tolerância e a igualdade entre
pares. Acredito que só é possível
fazer um bom trabalho no Alto
Minho e em Portugal, se esse tra￾balho for feito em conjunto

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