Rui Rocha é o Presidente da
Comissão Executiva da Iniciativa Liberal e o candidato da do
partido às eleições legislativas
de 2024, ao Jornal A Terra Minhota mostrou as principais
ideias que tem para o país.
Como pretende promover o
desenvolvimento económico e
social no Alto Minho e noutras
regiões do país?
O Alto Minho possui um potencial notável para a economia
portuguesa. A indústria, a gastronomia e o turismo, impulsionados por produtos exclusivos
como o vinho verde e as castas
Alvarinho e Loureiro, colocam a
região em posição de destaque
no cenário nacional. A Iniciativa Liberal propõe um plano para
alavancar o desenvolvimento
económico e social do Alto Minho e de outras regiões do país,
baseado em dois pilares fundamentais: 1. Desburocratização e
Simplificação de Regulamentação: Eliminar a burocracia excessiva que impede a entrada de
novos players no mercado, protegendo as grandes empresas e
limitando a criação de emprego
e a qualidade dos produtos. Facilitar o processo de abertura de
empresas e o acesso a licenças e
autorizações. 2. Redução Gradual
e Sustentada da Carga Fiscal: Diminuir os impostos sobre empresas e consumidores, estimulando
a competitividade, o investimento e o consumo. Eliminar impostos desnecessários e simplificar o
sistema fiscal, reduzindo a burocracia e o desperdício de recursos.
Aproveitando as Vantagens do
Alto Minho: Promover a região
nas outras regiões do país, destacando sua exclusividade, as
experiências únicas que oferece
e as excelentes condições para
investimento industrial; Investir
em infraestruturas que facilitem
o acesso à região, como a ligação
ao Porto de Leixões e a autoestrada A3; Criando um Ambiente
Propício para o Crescimento; Incentivar a inovação e o empreendedorismo, apoiando startups
e PMEs; Investir na educação e
na formação profissional, qualificando a mão-de-obra local;
Assegurar a segurança jurídica
e a estabilidade política, criando
confiança nos investidores.
Ao implementar estas medidas, a Iniciativa Liberal acredita
que o Alto Minho e outras regiões
de Portugal podem alcançar um
desenvolvimento económico e
social sustentável, gerando mais
emprego, melhores salários e
uma melhor qualidade de vida
para todos.
Que políticas específicas planeia implementar para apoiar as
indústrias locais, como o vinho
verde na região do Alto Minho?
O vinho verde é um património da região e do país, que deve
ser valorizado e protegido pelo
valor presente e futuro que representa. O seu desenvolvimento
como indústria, deve ser apoiado
e estimulado, privilegiando a sua
expansão e evolução. Esta deve
ser uma região turística com dotação de apoios equivalentes ao
Douro. Criar um programa específico de desenvolvimento da região do vinho verde, que assente
em três vetores essenciais, a saber, desenvolvimento do produto
(investimento em evolução das
castas e criação de produtos derivados), projeção da marca (estímulo a projetos que definam o
vinho verde como um produto de
luxo, exclusivo, em termos internacionais), desenvolvimento da
região como uma região vinícola de atração turística (apoiar
e estimular o investimento em
produtos turísticos associados à
exploração e produção do vinho
verde, aproveitando as características morfológicas do alto Minho).
Por outro lado, é preciso dar
ao Alto Minho o receituário visto anteriormente sobre redução
de impostos às empresas e eventualmente burocracias. O mesmo
no resto do país, pois um país
com mais dinheiro no bolso, vai
trazer mais negócio ao Minho.
Quais são as suas propostas
para melhorar as infraestruturas
no Alto Minho, como estradas e
transportes públicos?
O Alto Minho tem de se aproximar entre si e do resto do país,
não apenas pelas vias viárias de
mobilidade individual, mas acima de tudo pelo investimento na
mobilidade coletiva. Hoje, a mobilidade está no centro do debate, pelo impacto que tem no ambiente, na sustentabilidade, mas
também na economia. O Alto
Minho não pode ficar alheado
desta realidade. Criar uma rede
intermodal de transportes públicos, aliando a ferrovia à mobilidade coletiva rodoviária. Numa
primeira fase mais imediata,
juntado os operadores de todos
os meios e coordenando uma estratégia de mobilidade que veja
o Alto Minho como um todo e
numa fase posterior, que já exigirá investimento, promovendo
a criação e surgimento de novos
meios de transporte coletivo entre municípios e estimulando a
ligação, por esta via, à Galiza, ao
Baixo Minho e ao Porto.
Qual é a sua visão para o setor
agrícola e pesqueiro no Alto Minho e como pretende apoiar os
produtores locais?
Estes setores são um dos maiores patrimónios da região. A
criação do produto de região, seja
ele piscícola, agrícola, pecuário
ou vinícola, é essencial, agregado a uma comunicação eficiente
da região, como falamos acima.
Criar o label de produto do Alto
Minho, garantindo processos de
produção sustentável, vai de encontro às normativas e caminhos
adotados pela UE e pode ser uma
forma efetiva de promover os
produtos desta região e, consequentemente, todos os que estão
envolvidos no seu processo produtivo.
Como abordaria questões relacionadas com a educação e
o emprego no Alto Minho para
promover o desenvolvimento
sustentável?
A educação e o emprego têm
de ser apostas nacionais e o
Alto Minho tem de ser parte integrante dessas apostas. Nesta
região existem condições muito
boas para direcionar o conhecimento e a geração do mesmo
para áreas específicas, como a
construção naval e a produção
vinícola. Deve ser nestes setores
a aposta da criação de clusters de
conhecimento e desenvolvimento, que atrairá pessoas de toda a
parte para aqui terem acesso a
um conhecimento e desenvolvimento diferenciado nestas áreas.
Por outro lado, o desenvolvimento económico da região, criará as
condições necessárias para que o
emprego possa evoluir também.
Uma nota para o facto de o Alto
Minho ter também as características necessárias para atrair
imensos trabalhadores remotos,
ou nómadas digitais.
Qual é a sua visão sobre a cooperação entre os municípios do
Alto Minho e como pretende fortalecer essa colaboração?
A cooperação é chave para o
desenvolvimento da humanidade
no século XXI. O Alto Minho tem
de se unir e gerar uma estratégia.
A criação da grande área metropolitana do Minho, poderia colocar-nos numa posição melhor
em relação às grandes áreas do
Porto e Lisboa que recebem cerca
de 60% do total de financiamentos do país.
Os municípios têm mesmo que
se unir e trabalhar em sincronismo nos seus interesses comuns. É preciso que se pressione
o governo central para que este
confira aos municípios mais autonomia e poder para decidir o
que é melhor para a sua realidade. Só falando abertamente sobre os problemas comuns
se conseguirá unidade quando
chegar a hora de reivindicar esse
poder. Este é o ponto de partida para conseguir atingir tudo o
que foi falado até agora.
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