quinta-feira, 7 de março de 2024

Especial Eleições. Entrevista Marina Gonçalves | PS

Marina Gonçalves é a atual
ministra da Habitação e a ca￾beça de lista do Partido So￾cialista no distrito de Viana
do Castelo para as eleições de
10 de março. Marina Gonçal￾ves nasceu em Caminha, a 23
de abril de 1988, e é licenciada
em Direito pela Universidade
do Porto e mestre em Direito
Administrativo. Em novembro
de 2015, tornou-se assesso￾ra do gabinete de Pedro Nuno
Santos, Secretário de Estado
dos Assuntos Parlamentares,
e posteriormente foi chefe de
gabinete do mesmo secretário.
Entre outubro de 2019 e setem￾bro de 2020, foi deputada pelo
círculo eleitoral de Viana do
Castelo, desempenhando um
papel ativo em várias comis￾sões parlamentares. Durante
esse período, foi vice-presi￾dente do Grupo Parlamentar
do Partido Socialista, onde se
dedicou às áreas da habitação,
do trabalho e da segurança so￾cial. Em 2020, assumiu a pasta
da habitação como secretária
de Estado, permanecendo no
cargo após as eleições legis￾lativas de janeiro de 2022. Em
janeiro de 2023, foi nomeada
ministra da Habitação.
Como pretende promover o
desenvolvimento económico e
social no Alto Minho e noutras
regiões do país?
Os últimos anos reforçaram o
caminho de desenvolvimento do
Alto Minho, através de investi￾mentos significativos, na ordem
dos 400 M€, em áreas estrutu￾rantes da nossa vida coletiva.
Este caminho de desenvolvimen￾to deve continuar no próximo
ciclo legislativo, aproveitando
os recursos endógenos da nos￾sa região, valorizando as nossas
gentes e garantindo a fixação e
atração de mais população.
Para isso é fundamental conti￾nuar a promover uma economia
mais desenvolvida e competitiva,
através da inovação e moderni￾zação tecnológica das empresas,
da ampliação e capacitação das
áreas de acolhimento empresa￾rial, mas também, e em parti￾cular no Alto Minho, defendendo
os setores tradicionais, com cir￾cuitos curtos de comercialização
de produtos locais e endógenos, e
priorizando a economia do mar.
Ao desenvolvimento económi￾co é fundamental aliar uma es￾tratégia de efetiva coesão social
que passe, nomeadamente, pelo
investimento na ULSAM e numa
resposta de proximidade, pelo
reforço das estruturas de apoio
à população idosa, pela aposta
na requalificação e promoção da
escola pública e na expansão da
oferta do IPVC e pela concretiza￾ção dos investimentos em resi￾dências estudantes e em habita￾ção digna nos 10 municípios.
Que políticas específicas pla￾neia implementar para apoiar as
indústrias locais, como o vinho
verde na região do Alto Minho?
A região do Alto Minho deve
ser valorizada pela sua indústria
local, nomeadamente nas áreas
do mar e da vinha, sendo por isso
fundamental defender os setores
tradicionais e suas associações,
nomeadamente as denomina￾ções de origem como a de Mon￾ção e Melgaço, dentro da grande
Região Demarcada dos Vinhos
Verdes.
Criar incentivos à ligação da
academia e da investigação à
produção de recursos endógenos,
ou criar condições para a prática
de indústrias locais mais tradi￾cionais são também responsabi￾lidade do Estado e passam tam￾bém pelo investimento direto
em infraestrutura e em apoios à
atividade.
Quais são as suas propostas
para melhorar as infraestruturas
no Alto Minho, como estradas e
transportes públicos?
A questão das acessibilidades
continua a ser tema prioritário
para o Partido Socialista. Se nos
últimos anos tivemos investi￾mentos estruturantes na região
com a eletrificação e moderni￾zação da Linha do Minho ou com
a criação de novos acessos rodo￾viários ao Porto de Mar de Viana
do Castelo e ao Parque Industrial
de Formariz (Paredes de Coura),
para os próximos quatro anos é
fulcral a eliminação de porta￾gens na A28 no Alto Minho, bem
como continuar investimen￾tos estruturantes para pessoas e
empresas, nomeadamente com
o investimento na Linha de Alta
Velocidade que terá paragem em
Valença e que reduzirá o tem￾po de viagem até ao distrito de
forma substancial, mas também
com o investimento numa nova
travessia no rio Lima e um novo
Acesso Rodoviário para a Zona
Industrial do Vale do Neiva, em
Viana do Castelo.
Como planeia impulsionar o
turismo na região, consideran￾do o potencial do Alto Minho em
termos de património cultural e
natural?
O Turismo é um vetor econó￾mico essencial na região. Isso
implica a necessidade de aliar
uma estratégia de desenvolvi￾mento social e económica a uma
estratégia de promoção susten￾tável da nossa riqueza natural e
patrimonial.
A transformação do mode￾lo de desenvolvimento turísti￾co do país, passa pela definição
de agendas que promovam uma
maior coesão territorial e para
isso é fundamental salvaguardar
e divulgar a riqueza das tradi￾ções do Alto Minho e continuar a
reabilitar o património histórico
e arquitetónico do distrito.
O apoio às coletividades cultu￾rais, embaixadoras do Alto Mi￾nho, é essencial prosseguir, bem
como a criação de condições para
a adoção de uma Agenda Cultu￾ral Intermunicipal, liderada pe￾las entidades regionais.
Qual é a sua visão para o setor
agrícola e pesqueiro no Alto Mi￾nho e como pretende apoiar os
produtores locais?
A agricultura e a pesca consti￾tuem ainda setores fundamen￾tais de atividade económica para
muitas famílias alto-minhotas.
É por isso imperativo que possa￾mos preservar a riqueza endóge￾na da região, mas também tirar
proveito dessa especificidade
territorial para garantir o desen￾volvimento económico e social do
Alto Minho e do país.
Isso passa, como referido supra,
pela criação de circuitos curtos de
comercialização de produtos lo￾cais e endógenos, mas também
pela prioridade dada à economia
do mar, com especial enfoque na
necessidade de garantir condi￾ções para os pescadores nos Por￾tos de Mar do distrito.
Passa ainda pela capacidade
de ligar as instituições de ensino
superior e a investigação com es￾tes setores, com especial atenção
ao setor do Vinho e da Vinha.
Prosseguir a implementação
do Plano Nacional de Regadios
e uma gestão rigorosa da água
para a agricultura é outra prio￾ridade que identificamos, a par
da valorização do investimento
nas áreas de Baldio e em modos
de produção diferenciados, sim￾plificando e alargando os meca￾nismos de apoio aos nossos agri￾cultores.
Como abordaria questões rela￾cionadas com a educação e o em￾prego no Alto Minho para promo￾ver o desenvolvimento sustentável?
O desenvolvimento económico e
social do Alto Minho está também
assente na capacidade de fomen￾tar a ligação entre o tecido em￾presarial e a oferta educativa da
região. Garantir que o IPVC refor￾ça a sua resposta educativa e que
a mesma garante resposta às po￾tencialidades e às necessidades do
território é uma prioridade para os
próximos quatro anos e é uma for￾ma de garantir o desenvolvimento
sustentável do território e um fu￾turo auspicioso para o ensino su￾perior no nosso distrito.
Qual é a sua visão sobre a coo￾peração entre os municípios do
Alto Minho e como pretende for￾talecer essa colaboração?
A definição de uma estratégia
intermunicipal é fundamental
nas áreas estruturantes já refe￾ridas, mas com especial enfoque
na promoção do transporte co￾letivo e no desenvolvimento de
áreas sociais estruturantes como
a saúde, a educação ou as res￾postas intermunicipais de pro￾moção cultural ou de promoção
do envelhecimento ativo.
O Estado deve ser parceiro na
concretização destas estratégias,
seja através do investimento di￾reto em novas ou melhores in￾fraestruturas e respostas, bem
como pela colaboração na defi￾nição de planos intermunicipais
que permitam uma capacitação
mais eficaz dos vários muni￾cípios e uma maior eficácia na
concretização das políticas pú￾blicas no Alto Minho.

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