Marina Gonçalves é a atual
ministra da Habitação e a cabeça de lista do Partido Socialista no distrito de Viana
do Castelo para as eleições de
10 de março. Marina Gonçalves nasceu em Caminha, a 23
de abril de 1988, e é licenciada
em Direito pela Universidade
do Porto e mestre em Direito
Administrativo. Em novembro
de 2015, tornou-se assessora do gabinete de Pedro Nuno
Santos, Secretário de Estado
dos Assuntos Parlamentares,
e posteriormente foi chefe de
gabinete do mesmo secretário.
Entre outubro de 2019 e setembro de 2020, foi deputada pelo
círculo eleitoral de Viana do
Castelo, desempenhando um
papel ativo em várias comissões parlamentares. Durante
esse período, foi vice-presidente do Grupo Parlamentar
do Partido Socialista, onde se
dedicou às áreas da habitação,
do trabalho e da segurança social. Em 2020, assumiu a pasta
da habitação como secretária
de Estado, permanecendo no
cargo após as eleições legislativas de janeiro de 2022. Em
janeiro de 2023, foi nomeada
ministra da Habitação.
Como pretende promover o
desenvolvimento económico e
social no Alto Minho e noutras
regiões do país?
Os últimos anos reforçaram o
caminho de desenvolvimento do
Alto Minho, através de investimentos significativos, na ordem
dos 400 M€, em áreas estruturantes da nossa vida coletiva.
Este caminho de desenvolvimento deve continuar no próximo
ciclo legislativo, aproveitando
os recursos endógenos da nossa região, valorizando as nossas
gentes e garantindo a fixação e
atração de mais população.
Para isso é fundamental continuar a promover uma economia
mais desenvolvida e competitiva,
através da inovação e modernização tecnológica das empresas,
da ampliação e capacitação das
áreas de acolhimento empresarial, mas também, e em particular no Alto Minho, defendendo
os setores tradicionais, com circuitos curtos de comercialização
de produtos locais e endógenos, e
priorizando a economia do mar.
Ao desenvolvimento económico é fundamental aliar uma estratégia de efetiva coesão social
que passe, nomeadamente, pelo
investimento na ULSAM e numa
resposta de proximidade, pelo
reforço das estruturas de apoio
à população idosa, pela aposta
na requalificação e promoção da
escola pública e na expansão da
oferta do IPVC e pela concretização dos investimentos em residências estudantes e em habitação digna nos 10 municípios.
Que políticas específicas planeia implementar para apoiar as
indústrias locais, como o vinho
verde na região do Alto Minho?
A região do Alto Minho deve
ser valorizada pela sua indústria
local, nomeadamente nas áreas
do mar e da vinha, sendo por isso
fundamental defender os setores
tradicionais e suas associações,
nomeadamente as denominações de origem como a de Monção e Melgaço, dentro da grande
Região Demarcada dos Vinhos
Verdes.
Criar incentivos à ligação da
academia e da investigação à
produção de recursos endógenos,
ou criar condições para a prática
de indústrias locais mais tradicionais são também responsabilidade do Estado e passam também pelo investimento direto
em infraestrutura e em apoios à
atividade.
Quais são as suas propostas
para melhorar as infraestruturas
no Alto Minho, como estradas e
transportes públicos?
A questão das acessibilidades
continua a ser tema prioritário
para o Partido Socialista. Se nos
últimos anos tivemos investimentos estruturantes na região
com a eletrificação e modernização da Linha do Minho ou com
a criação de novos acessos rodoviários ao Porto de Mar de Viana
do Castelo e ao Parque Industrial
de Formariz (Paredes de Coura),
para os próximos quatro anos é
fulcral a eliminação de portagens na A28 no Alto Minho, bem
como continuar investimentos estruturantes para pessoas e
empresas, nomeadamente com
o investimento na Linha de Alta
Velocidade que terá paragem em
Valença e que reduzirá o tempo de viagem até ao distrito de
forma substancial, mas também
com o investimento numa nova
travessia no rio Lima e um novo
Acesso Rodoviário para a Zona
Industrial do Vale do Neiva, em
Viana do Castelo.
Como planeia impulsionar o
turismo na região, considerando o potencial do Alto Minho em
termos de património cultural e
natural?
O Turismo é um vetor económico essencial na região. Isso
implica a necessidade de aliar
uma estratégia de desenvolvimento social e económica a uma
estratégia de promoção sustentável da nossa riqueza natural e
patrimonial.
A transformação do modelo de desenvolvimento turístico do país, passa pela definição
de agendas que promovam uma
maior coesão territorial e para
isso é fundamental salvaguardar
e divulgar a riqueza das tradições do Alto Minho e continuar a
reabilitar o património histórico
e arquitetónico do distrito.
O apoio às coletividades culturais, embaixadoras do Alto Minho, é essencial prosseguir, bem
como a criação de condições para
a adoção de uma Agenda Cultural Intermunicipal, liderada pelas entidades regionais.
Qual é a sua visão para o setor
agrícola e pesqueiro no Alto Minho e como pretende apoiar os
produtores locais?
A agricultura e a pesca constituem ainda setores fundamentais de atividade económica para
muitas famílias alto-minhotas.
É por isso imperativo que possamos preservar a riqueza endógena da região, mas também tirar
proveito dessa especificidade
territorial para garantir o desenvolvimento económico e social do
Alto Minho e do país.
Isso passa, como referido supra,
pela criação de circuitos curtos de
comercialização de produtos locais e endógenos, mas também
pela prioridade dada à economia
do mar, com especial enfoque na
necessidade de garantir condições para os pescadores nos Portos de Mar do distrito.
Passa ainda pela capacidade
de ligar as instituições de ensino
superior e a investigação com estes setores, com especial atenção
ao setor do Vinho e da Vinha.
Prosseguir a implementação
do Plano Nacional de Regadios
e uma gestão rigorosa da água
para a agricultura é outra prioridade que identificamos, a par
da valorização do investimento
nas áreas de Baldio e em modos
de produção diferenciados, simplificando e alargando os mecanismos de apoio aos nossos agricultores.
Como abordaria questões relacionadas com a educação e o emprego no Alto Minho para promover o desenvolvimento sustentável?
O desenvolvimento económico e
social do Alto Minho está também
assente na capacidade de fomentar a ligação entre o tecido empresarial e a oferta educativa da
região. Garantir que o IPVC reforça a sua resposta educativa e que
a mesma garante resposta às potencialidades e às necessidades do
território é uma prioridade para os
próximos quatro anos e é uma forma de garantir o desenvolvimento
sustentável do território e um futuro auspicioso para o ensino superior no nosso distrito.
Qual é a sua visão sobre a cooperação entre os municípios do
Alto Minho e como pretende fortalecer essa colaboração?
A definição de uma estratégia
intermunicipal é fundamental
nas áreas estruturantes já referidas, mas com especial enfoque
na promoção do transporte coletivo e no desenvolvimento de
áreas sociais estruturantes como
a saúde, a educação ou as respostas intermunicipais de promoção cultural ou de promoção
do envelhecimento ativo.
O Estado deve ser parceiro na
concretização destas estratégias,
seja através do investimento direto em novas ou melhores infraestruturas e respostas, bem
como pela colaboração na definição de planos intermunicipais
que permitam uma capacitação
mais eficaz dos vários municípios e uma maior eficácia na
concretização das políticas públicas no Alto Minho.
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