quarta-feira, 6 de março de 2024

🔴Especial Eleições. Entrevista Márcia Henriques | RIR


Márcia Henriques é a presidente do “Reagir Incluir Reciclar” (RIR) e cabeça de lista do
partido às próximas eleições
legislativas. Ao nosso jornal
deu-nos a conhecer algumas
das propostas do RIR.
Qual é a sua visão para Portugal e as principais prioridades do
seu governo, caso seja eleito?
Portugal precisa de um plano
estratégico, tal como nas grandes
empresas. Onde queremos chegar, onde queremos estar daqui a
meio século? Definir prioridades,
consolidar e reforçar a nossa eco￾nomia, pois só assim conseguiremos reter jovens no mercado
de trabalho, aumentar salários e
reduzir impostos.
Como planeia abordar questões sociais, como saúde e educação, e promover o desenvolvimento económico do país?
No seguimento do que referi
anteriormente, nada impede que
o desenvolvimento económico do
país possa caminhar lado a lado
com o reforço dos serviços públicos e dos apoios sociais. Com
planeamento e definição de prioridades, é possível chegar a todos.
O que a motivou a candidatar-
-se a Primeira-ministra?
As eleições legislativas não
elegem um Primeiro-Ministro.
Elegem 230 deputados. É muito
importante que os cidadãos tenham consciência de como funciona o sistema eleitoral e como
o chamado voto útil é enganador,
uma verdadeira armadilha para a
democracia. Mas posso garantir,
que como deputada, defenderei
os interesses de todos os portugueses, mesmo daqueles que não
votaram no Partido Reagir Incluir
Reciclar, com bom senso, moderação, responsabilidade, de forma
livre e isenta.
Como enfrentaria desafios globais, como mudanças climáticas
e pandemias, enquanto líder do
país?
Todos nós aprendemos com as
experiências que temos tido até
agora. Há que enfrentar os problemas de forma realista e sem
medo, mas sempre conscientes
dos interesses dos cidadãos, que
têm de estar sempre em primeiro
lugar.
Qual seria a sua abordagem
para as relações internacionais de
Portugal e para a União Europeia?
O Partido Reagir Incluir Reciclar
é um partido europeísta e não há,
neste momento, qualquer possibilidade de Portugal abandonar
a União Europeia, principalmente
por questões económico-financeiras e de sustentabilidade do
nosso país. No entanto, não podemos continuar a ser tão dependentes como estamos atualmente,
nem podemos estar sempre a pedir apoios.
Quais reformas estruturais
considera prioritárias para impulsionar o crescimento económico de Portugal?
A Justiça precisa de ser revitalizada, com mão-de-obra, que
permita uma tramitação mais
célere dos processos judiciais.
Nenhum cidadão ou empresa
pode estar à espera meia dúzia
de anos por uma decisão. Não há
nenhuma empresa que venha investir em Portugal, sabendo que,
se por exemplo, tiver que cobrar
uma dívida, arrisca-se a não receber nada, ou a receber 10 anos
depois. Não há investidor que
queira arriscar ter um negócio
em Portugal, quando os Tribunais
Administrativos e Fiscais demoram uma eternidade a decidir se
a Autoridade Tributária pode ou
não cobrar determinado imposto, fazendo penhoras desproporcionais, que contribuem para a
redução de confiança dos empresários.
Como planeia fortalecer as
instituições e combater a corrupção no país?
Muita da corrupção, evasão
fiscal e economia paralela existe porque a carga fiscal é muito
elevada e compensa fugir ao pagamento de impostos. Há que reduzir, em primeiro lugar e como
prioridade, as taxas máxima e in￾termédia do IVA, respectivamente
de 23% para 17% e de 13% para
10%.
Qual é a sua abordagem para
melhorar o sistema judicial e
reforçar a segurança pública em
Portugal?
Relativamente ao sistema judicial, como já referi, há necessidade de olhar com muita atenção para os problemas de falta
de funcionários, procuradores e
juízes, com especial atenção para
a valorização das carreiras dos
oficiais de Justiça que não recebem horas extras e grande parte
dos dias trabalham muito além
do normal horário de trabalho.
Quanto às polícias, o descontentamento actual é culpa exclusiva
do anterior Governo de António
Costa, que deliberadamente atribuiu um aumento extraordinário
a uma força policial, deixando as
restantes com um sentimento de
injustiça e de abandono que põe
em causa a segurança dos cidadãos, porque não é aceitável que
homens e mulheres que estão
na primeira linha de segurança
sejam ignorados e humilhados
como foram. Mas mais que a atribuição de subsídios, é essencial a
valorização das carreiras profissionais. Não é aceitável que um
agente ou guarda nos primeiros
anos de exercício das funções aufira um rendimento quase igual
ao salário mínimo nacional, sendo deslocado para longe de casa e
não conseguindo pagar uma renda.
Como pretende alcançar um
equilíbrio orçamental responsável, mantendo simultaneamente
o investimento em áreas críticas?
Com ponderação e prioridades
bem definidas. Tal como nas nossas casas, se ganhamos 100, não
podemos gastar 200. Há que continuar a pagar a dívida pública,
mas sem desleixar as necessidades internas, o que com uma boa
gestão é plenamente possível.
Como planeia impulsionar a
inovação e melhorar o sistema
educacional para preparar
a próxima geração?
Investir na educação e no ensino de qualidade é primordial para
garantir um melhor futuro para a
próxima geração. É necessário ter
uma organização pedagógica e
curricular mais integrada e flexível para os alunos. Temos que
preparar os jovens com valores e
habilitá-los para a vida e trabalho na era da Inteligência Artificial, que é o futuro. A inovação é a
resposta certa para a sobrevivência à crise e à necessidade de todo
o sistema económico se reequilibrar e consequentemente impulsionar o crescimento económico
do país.
Como pretende promover o
desenvolvimento económico e
social no Alto Minho e noutras
regiões do país?
Através do desenvolvimento e
da promoção do potencial transfronteiriço das empresas e com a
potencialização de oportunidades
económicas da euro-região.
Que políticas específicas planeia implementar para apoiar as
indústrias locais, como o vinho
verde na região do Alto Minho?
A indústria do Vinho Verde
constitui um dos grandes motores
regionais de desenvolvimento do
País. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes tem vindo a demarcar-se no mercado nacional das
vendas e nas exportações. Há que
manter a promoção externa do
produto e da região.
Quais são as suas propostas
para melhorar as infraestruturas
no Alto Minho, como estradas e
transportes públicos?
A requalificação da Estrada
Nacional (EN)101, de Valença até
Monção, e da EN 202, de Monção
até São Gregório, em Melgaço. O
reforço da aposta na ferrovia, é
fundamental para o reforço das
relações com a Galiza, e a criação
de uma rede de transportes públicos para o Alto Minho.
Como planeia impulsionar o turismo na região, considerando o
potencial do Alto Minho em termos
de património cultural e natural?
Especial Eleições. Márcia Henriques | RIR.
Apostando no Turismo Religioso e nos Caminhos de Santiago,
aproveitando todo o património
histórico que existe, usufruindo
assim do forte impacte económico que tem no desenvolvimento
local, contribuindo para maior
riqueza e emprego na região;
sendo este um tipo de turismo
que é possível ter todo o ano, sem
grandes oscilações sazonais.
Qual é a sua visão para o setor
agrícola e pesqueiro no Alto Minho e como pretende apoiar os
produtores locais?
A política das pescas e da
agricultura, infelizmente, está
quase totalmente dependente
das políticas europeias. Assim,
e em primeiro lugar, temos que
ter um Ministério forte, que sem
medo, consiga impor Portugal
dentro da Comissão Europeia e
negociar sem medo e sem cedências escabrosas.
Como abordaria questões relacionadas com a educação e
o emprego no Alto Minho para
promover o desenvolvimento
sustentável?
O desenvolvimento sustentável do país está sempre presente
nos nossos objectivos e nos nossos
ideais. O Partido Reagir Incluir
Reciclar é um partido humanista e ecologista, que não descarta
a sustentabilidade, e tem sempre
presente o ambiente. De nada nos
servirá ter fábricas e indústria, se
não tivermos a qualidade de vida
que a natureza nos proporciona. E
isto deveria ser sempre o objectivo de todos os Governos, o equilíbrio e a sustentabilidade das
várias regiões, onde o Alto Minho
não é excepção.
Qual é a sua visão sobre a cooperação entre os municípios do
Alto Minho e como pretende fortalecer essa colaboração?
A cooperação que refere, incluindo a cooperação transfronteiriça pode ser, só por si, bem
mais relevante que uma regionalização propriamente dita. Aliás,
poderá tratar-se de cooperação a
diversos níveis, incluindo até, ao
nível da prestação de cuidados de
saúde, e não só a nível industrial
e económico

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